domingo, 8 de março de 2015

Decálogo

DECÁLOGO COMENTADO
 
Avaliação de Aprendizagem... mais uma vez



1 - Mudanças no processo de Avaliação

O primeiro aspecto que cabe destacar é que recentemente, as crianças que saíram de uma escola que atende do maternal ao final da quarta série do Ensino Fundamental, estão passando por mudanças que estão impressionando a menira tradicional de ver a educação, essas mudanças vem desde suas falas e em suas crenças sobre a meneira que denominamos de avaliação. Essas experiência estavam relacionada a uma ação pedagógica que investe no processo da aprendizagem, a atual experiência está comprometida com o investimento no seu produto. 

2 - Surgimentos de novos habitos 
 
As mudanças no comportamentos das crianças está levando ao surgimento de habitos como: “Hoje, tivemos uma atividade legal na escola” ---, agora, ouço-as dizendo: “Tirei 3.2, valendo 5”; “Tirei 2, valendo 3”; “Tirei 7. Graças a Deus, já passei nessa unidade; com isso é mais fácil chegar ao final do ano com 28 pontos, necessários para a aprovação”; “Amanhã é dia de prova. Todos, na escola, vão fazer prova e vai ser com fiscal”. Ou seja, as crianças mudaram sua linguagem e seu modo de ser, vivido durante os longos anos de escola maternal, pré-escola e séries iniciais do Ensino Fundamental. 

3 - Mudança na experiencia de investimento

As crianças vinham de uma experiência de investimento no processo e passaram para uma experincia de investimento no produto e esse fato é fundamental para compreender essa mudança. sinaliza a diferença entre avaliar e examinar. Parece que ela tem sido compreendida conceitualmente, mas, de fato, não tem gerado condutas novas entre os educadores. 

4 – O ato de Examinar

O ato de examinar basicamente serve para classificar o educando em “aprovado ou reprovado”; usando uma escala de graus, são notas que variam de 0 (zero) a 10 (dez) podendo conter cinco ou mais graus. Ao ato de examinar não importa que todos os estudantes aprendam com qualidade, mas somente a demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não aprenderam. E isso basta. Deste modo, o ato de examinar está voltado para o passado, na medida em que deseja saber do educando somente o que ele já aprendeu; o que ele não aprendeu não traz nenhum interesse.

5 – O ato de Avaliar

o ato de avaliar tem como função investigar a qualidade do desempenho dos estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos resultados, caso seja necessária. Usa-se a avaliação é diagnóstica para ver o desempenho escolar dos estudantes, ela gera um conhecimento sobre o seu estado de aprendizagem e, assim, tanto é importante o que ele aprendeu como o que ele ainda não aprendeu. O que já aprendeu está bem; mas, o que não aprendeu necessita de aprender, porque é essencial a necessidade da intervenção de reorientação..., até que aprenda. 

6 - Investir no processo e não no produto?

Investir no processo, o resultado da aprendizagem, manifestado pelo estudante vai se qualificado em satisfatório ou em insatisfatório. Se for satisfatório, está bem; porém, se for insatisfatório, há que se intervir para que a aprendizagem se manifeste satisfatória. Com o Produto, por sua vez, significa o resultado final, qualquer resultado está bom, pois que dizemos que o estudante foi responsável por obter somente a nota que tirou, e acreditamos que ela expressa o que ele aprendeu e que ele não consegue mesmo ir para além disso; por isso, damos por encerrado o processo. Não importa se o resultado foi satisfatório ou insatisfatório, importa que foi esse o obtido pelo estudante.

7 – A pedagogia classificatoria

Seja ela qual for a pedagogia que sustenta o ato de avaliar não se contenta com qualquer resultado, mas somente com o resultado satisfatório. Mais que isso: não atribui somente ao educando a responsabilidade pelos resultados insatisfatórios; investiga suas causas, assim como busca e realiza ações curativas. O ato de avaliar dedica-se a desvendar impasses e buscar soluções. Para o educador atuar centrado na avaliação, necessita conceber o educando como um ser em movimento, em formação e agir coerentemente a partir dessa concepção. O Bom ensino, é o ensino de qualidade que investe no processo e, por isso, chega a produtos significativos e satisfatórios. 

8 - Diagnóstico e intervenção

Para fazemos diagnóstico e intervenção, nossos instrumentos de coleta de dados para avaliação terão que ser estruturados como instrumentos de coleta de dados para investigação sobre o desempenho de nossos educandos. Um teste, um questionário (com perguntas abertas e fechadas), uma redação, uma ficha de observação,... todos os instrumentos necessitam de cobrir todo o essencial, não somente um que outro ponto e sim todos os pontos essenciais, tendo presente informações, habilidades, procedimentos e valores componentes da conduta em construção.

9 - Como poderemos proceder a um diagnóstico

O ideal é cobrimos, o que for essencial, É assim que age qualquer investigador que tem a intenção clara de produzir um diagnóstico e uma conseqüente ação eficaz sobre alguma coisa. É também um médico não pode, sob pena de não atingir a sua meta, que é garantir melhoria de saúde para seu cliente, usar como critério para escolher os exames a serem realizados no cliente, desta forma que necessita agir o educador: o melhor diagnóstico possibilitará a melhor intervenção e, conseqüentemente, os melhores resultados.

10 – Investir no processo

Investir no processo, o que, por sua vez, produzirá o melhor produto para todos. E, então, nossas crianças e nossos adolescentes criarão para si mesmos valores, que os orientarão na vida para dar o melhor de si naquilo que fazem, com cuidado e com alegria, muito além do cumprimento de uma tarefa para somente, e tão somente, “tirar uma nota”.

Referência:

LUCKESI, Cipriano Carlo. Avaliação da Aprendizagem... mais uma vez. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação de aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22.ed. São Paulo: Cortez, 2011,p.61-65.

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