DECÁLOGO COMENTADO
Avaliação de Aprendizagem... mais uma vez
1
- Mudanças no processo de Avaliação
O
primeiro aspecto que cabe destacar é que recentemente, as crianças
que saíram de uma escola que atende do maternal ao final da quarta
série do Ensino Fundamental, estão passando por mudanças que estão
impressionando a menira tradicional de ver a educação, essas
mudanças vem desde suas falas e em suas crenças sobre a meneira que
denominamos de avaliação. Essas experiência estavam relacionada a
uma ação pedagógica que investe no processo da aprendizagem, a
atual experiência está comprometida com o investimento no seu
produto.
2
- Surgimentos de novos habitos
As mudanças no comportamentos das crianças está levando ao
surgimento de habitos como: “Hoje, tivemos uma atividade legal na
escola” ---, agora, ouço-as dizendo: “Tirei 3.2, valendo 5”;
“Tirei 2, valendo 3”; “Tirei 7. Graças a Deus, já passei
nessa unidade; com isso é mais fácil chegar ao final do ano com 28
pontos, necessários para a aprovação”; “Amanhã é dia de
prova. Todos, na escola, vão fazer prova e vai ser com fiscal”.
Ou seja, as crianças mudaram sua linguagem e seu modo de ser, vivido
durante os longos anos de escola maternal, pré-escola e séries
iniciais do Ensino Fundamental.
3
- Mudança na experiencia de investimento
As crianças vinham de uma experiência de investimento no processo e
passaram para uma experincia de investimento no produto e esse fato é
fundamental para compreender essa mudança. sinaliza a diferença
entre avaliar e examinar. Parece que ela tem sido compreendida
conceitualmente, mas, de fato, não tem gerado condutas novas entre
os educadores.
4
– O ato de Examinar
O ato de examinar basicamente serve para classificar o educando em
“aprovado ou reprovado”; usando uma escala de graus, são notas
que variam de 0 (zero) a 10 (dez) podendo conter cinco ou mais
graus. Ao ato de examinar não importa que todos os estudantes
aprendam com qualidade, mas somente a demonstração e classificação
dos que aprenderam e dos que não aprenderam. E isso basta. Deste
modo, o ato de examinar está voltado para o passado, na medida em
que deseja saber do educando somente o que ele já aprendeu; o que
ele não aprendeu não traz nenhum interesse.
5
– O ato de Avaliar
o ato de avaliar tem como função investigar a qualidade do
desempenho dos estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção
para a melhoria dos resultados, caso seja necessária. Usa-se a
avaliação é diagnóstica para ver o desempenho escolar dos
estudantes, ela gera um conhecimento sobre o seu estado de
aprendizagem e, assim, tanto é importante o que ele aprendeu como o
que ele ainda não aprendeu. O que já aprendeu está bem; mas, o que
não aprendeu necessita de aprender, porque é essencial a
necessidade da intervenção de reorientação..., até que aprenda.
6
- Investir no processo e não no produto?
Investir no processo, o resultado da aprendizagem, manifestado pelo
estudante vai se qualificado em satisfatório ou em insatisfatório.
Se for satisfatório, está bem; porém, se for insatisfatório, há
que se intervir para que a aprendizagem se manifeste satisfatória.
Com o Produto, por sua vez, significa o resultado final, qualquer
resultado está bom, pois que dizemos que o estudante foi responsável
por obter somente a nota que tirou, e acreditamos que ela expressa o
que ele aprendeu e que ele não consegue mesmo ir para além disso;
por isso, damos por encerrado o processo. Não importa se o resultado
foi satisfatório ou insatisfatório, importa que foi esse o obtido
pelo estudante.
7
– A pedagogia classificatoria
Seja ela qual for a pedagogia que sustenta o ato de avaliar não se
contenta com qualquer resultado, mas somente com o resultado
satisfatório. Mais que isso: não atribui somente ao educando a
responsabilidade pelos resultados insatisfatórios; investiga suas
causas, assim como busca e realiza ações curativas. O ato de
avaliar dedica-se a desvendar impasses e buscar soluções. Para o
educador atuar centrado na avaliação, necessita conceber o educando
como um ser em movimento, em formação e agir coerentemente a partir
dessa concepção. O Bom ensino, é o ensino de qualidade que investe
no processo e, por isso, chega a produtos significativos e
satisfatórios.
8
- Diagnóstico e intervenção
Para fazemos diagnóstico e intervenção, nossos instrumentos de
coleta de dados para avaliação terão que ser estruturados como
instrumentos de coleta de dados para investigação sobre o
desempenho de nossos educandos. Um teste, um questionário (com
perguntas abertas e fechadas), uma redação, uma ficha de
observação,... todos os instrumentos necessitam de cobrir todo o
essencial, não somente um que outro ponto e sim todos os pontos
essenciais, tendo presente informações, habilidades, procedimentos
e valores componentes da conduta em construção.
9
- Como poderemos proceder a um diagnóstico
O ideal é cobrimos, o que for essencial, É assim que age qualquer
investigador que tem a intenção clara de produzir um diagnóstico e
uma conseqüente ação eficaz sobre alguma coisa. É também um
médico não pode, sob pena de não atingir a sua meta, que é
garantir melhoria de saúde para seu cliente, usar como critério
para escolher os exames a serem realizados no cliente, desta forma
que necessita agir o educador: o melhor diagnóstico possibilitará a
melhor intervenção e, conseqüentemente, os melhores resultados.
10
– Investir no processo
Investir no processo, o que, por sua vez, produzirá o melhor produto
para todos. E, então, nossas crianças e nossos adolescentes criarão
para si mesmos valores, que os orientarão na vida para dar o melhor
de si naquilo que fazem, com cuidado e com alegria, muito além do
cumprimento de uma tarefa para somente, e tão somente, “tirar uma
nota”.
Referência:
LUCKESI,
Cipriano Carlo. Avaliação da Aprendizagem... mais uma vez. In: LUCKESI,
Cipriano Carlos. Avaliação de aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22.ed. São Paulo: Cortez, 2011,p.61-65.
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